O uso de toxina botulínica para o tratamento de rugas tornou-se muito popular nos últimos anos. Por isso é importante conhecer a técnica empregada e os cuidados que devem acompanhar esse procedimento médico.
A toxina botulínica é produzida pela bactéria Clostridium botulinum e provoca relaxamento muscular por meio da inibição de uma substância química chamada acetilcolina na junção entre o nervo e o músculo (placa neuromuscular).
“Ela vem sendo usada, desde os anos 80, para tratamento de doenças neurológicas e oftalmológicas em que ocorre contração incontrolada ou exagerada da musculatura (tiques, paralisia cerebral, espasmos, etc.). A utilização da toxina botulínica em cosmética iniciou-se na década de 90, promovendo a melhoria das rugas de expressão por meio de relaxamento de músculos específicos”, afirma o cirurgião plástico Felipe Franco Jorge.
Trata-se de um procedimento seguro. A ação da toxina é localizada, provocando paralisia muscular que permanece de 2 a 6 meses. Após esse período o músculo é capaz de formar novas placas (neurogênese), voltando à sua contração normal.
A ação da toxina botulínica inicia-se após 48 horas do procedimento, atingindo o resultado máximo em até 15 dias. O músculo reage com relaxamento, sem mudança na sensibilidade cutânea.
Na área cosmética é indicada para o tratamento das rugas de expressão e deve ser evitada em locais onde a musculatura tem funções fisiológicas, como na área da boca.
A toxina botulínica só pode e deve ser injetada por médicos especializados, profissionais que conheçam tanto a anatomia da região quanto as características completas da substância utilizada.
Caberá ao médico indicar os locais da aplicação, nos quais a relação custo-benefício será positiva.
Hoje, há inúmeros estudos que correlacionam a felicidade, bem-estar e auto estima, com um rosto natural e suave.
Outra função da toxina é deixar o paciente menos deprimido, o que também encontra uma correlação positiva com a aparência suave, sobrancelhas mais levantadas e menos rugas ao redor dos olhos e boca.
“A toxina botulínica é muito mais preventiva que curativa e não é necessária uma escravidão em relação ao tempo de aplicação, pois ligeiras movimentações são naturais e agradáveis. A regra hoje em dia é usar toxina na fronte em menor quantidade e bem mais superior, já que o músculo frontal é o único que faz o levantamento facial”, explica o cirurgião plástico Felipe Franco Jorge, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Um ótimo tratamento com a toxina é para o pescoço, pois quando relaxamos as bandas do platisma, evitamos a flacidez do pescoço que é muito difícil de tratar.
A toxina deve ser usada em menores quantidades em pessoas mais velhas, uma vez que as rugas já estão instaladas no repouso e também porque há maior tendência de acentuar a flacidez, principalmente na região dos olhos.