As Sociedades Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Brasileira de Reumatologia (SBR) lançaram a “Campanha Mitos e Verdades”, que visa promover um ambiente seguro para pacientes buscarem informações corretas sobre a Síndrome Ásia.
A iniciativa visa disponibilizar informações seguras sobre a “Doença do Silicone”, assim denominada nas redes sociais, e sobre a Síndrome Ásia e suas manifestações.
No último ano, pesquisas no Google sobre essas doenças cresceram 350%. Relacionadas a elas, buscas sobre explante de silicone apresentaram aumento de 170%.
Por ser relativamente nova, a Síndrome Ásia e a chamada “Doença do Silicone” têm sido objeto de inúmeras fake news que tem alarmado e gerado excessiva ansiedade e, muitas vezes, busca por procedimentos cirúrgicos como medida preventiva, baseado em fatos sem qualquer fonte científica.
Doença do Silicone
Importante registrar que “Doença do Silicone” e Síndrome Ásia não são a mesma coisa. A “Doença do Silicone” é um termo atribuído pelas próprias pacientes para descrever um conjunto de sintomas que elas atribuem ao uso do implante, também conhecido no inglês por Breast Implant Illness (BIIs).
Dentre os sintomas estão fadiga, depressão, mal funcionamento intestinal, dores articulares etc. Por se tratar de um quadro recém descrito, essa associação entre o silicone e o desenvolvimento de sintomas que simulam doenças imunológicas ainda está em estudo para averiguar a relação causal e a OMS (Organização Mundial de Saúde) ainda não reconhece esse termo como uma doença real.
Além desse fato, não foram identificados ainda exames que comprovem a afecção, dificultando a diferenciação entre ela e sintomas habituais decorrentes do estresse, por exemplo.
Apesar de ser usada erroneamente, muitas vezes, para englobar a Síndrome Ásia, é importante destacar que as condições são quadros distintos e a “Doença do Silicone” não é uma doença imunológica propriamente dita.
Síndrome Ásia
Já a Síndrome Ásia (síndrome autoimune-inflamatória induzida por adjuvante) foi descrita em 2011, por Yehuda Schoenfeld, e consiste no desenvolvimento de doenças autoimunes em indivíduos geneticamente predispostos como resultado de exposição a adjuvantes (substâncias estranhas ao organismo que provocam reação imunológica).
Essas substâncias já foram descritas há alguns anos e algumas delas são: fragmentos infecciosos, hormônios, alumínio e recentemente vem se destacando o escaleno, óleo obtido de tecido de tubarão e usado nas vacinas anti-influenza disponíveis no país.
Apesar de ser uma condição muito rara, o silicone tem sido considerado uma dessas substâncias, podendo desencadear reação imunológica e manifestações semelhantes à de algumas doenças reumáticas, sendo os sintomas mais comuns relacionados a fadiga crônica, dores articulares e musculares, boca e olho seco e algumas manifestações neurológicas. A presença de autoanticorpos contra o silicone e alguns HLA específicos, responsáveis por apresentar os antígenos ao sistema imune, podem indicar o desenvolvimento da doença.
Como saber mais
Campanha Mitos e Verdades
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)
Canais oficiais:
www.doencadosilicone.org.br
@sbcpoficial
@sociedadereumatologia
@reumatologinsta
Texto publicado originalmente no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.