Para muitas mulheres, a macromastia, ou mamas excessivamente grandes, é mais do que apenas uma questão estética, é também um problema de saúde.
Mamas grandes podem causar desconforto e dores nos ombros, pescoço e costas. A condição médica também pode causar erupções cutâneas, interferir nas atividades físicas e até causar dormência nas extremidades superiores, formigamento e dores de cabeça. E essas condições não são exclusivas das mulheres mais velhas.
No entanto, como afirmam os autores de um novo estudo, publicado no Plastic and Reconstructive Surgery®, o jornal médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS), alguns cirurgiões plásticos permanecem hesitantes em operar adolescentes. No estudo, os autores apresentam dados objetivos explorando a relação entre crescimento excessivo do tecido mamário, índice de massa corporal (IMC) e idade da primeira menstruação (primeiro ciclo menstrual) como um guia para pacientes e cirurgiões plásticos para determinar o momento apropriado para a redução das mamas.
A principal preocupação com a cirurgia de redução de mama em adolescentes é que as mamas da paciente podem continuar a crescer após a cirurgia.
O momento ideal da cirurgia de redução de mama – com base no ponto de tempo biológico quando o crescimento da mama se estabiliza – varia significativamente entre as pacientes, de acordo com o novo estudo, que incluiu 481 meninas adolescentes e mulheres jovens, com idades entre 12 e 21 anos, que se submeteram à cirurgia de redução de mama, entre 2007 e 2019.
Risco de crescimento da mama
Os pesquisadores analisaram uma ampla gama de fatores para prever o momento ideal, ou “ponto ideal biológico”, para minimizar o risco de crescimento da mama, após a mamoplastia redutora.
Da amostra total do estudo, apenas 6% das pacientes tiveram crescimento mamário após a cirurgia e, em cerca de metade desses casos, o crescimento mamário resultou no retorno dos sintomas musculoesqueléticos, como dor no pescoço e nas costas. O crescimento da mama foi devido ao crescimento adicional da glândula mamária em cerca de 52% dos casos, em oposição ao ganho de peso em 48% dos casos.
O peso corporal teve um impacto significativo na maturação e no desenvolvimento das mamas. As meninas com sobrepeso ou obesas eram mais jovens na época da primeira menstruação em comparação com as pacientes com peso saudável. Mesmo depois de controlar o IMC, as pacientes com ciclos menstruais precoces tiveram um aumento das mamas mais grave.
A idade média da cirurgia de redução de mamas era de cerca de 18 anos, ou seis anos após o primeiro período menstrual – um pouco mais jovem em pacientes obesas. A associação relacionada à obesidade entre idade mais jovem na primeira menstruação e aumento de volume mais grave das mamas permaneceu significativa por até nove anos após a menarca, ou a primeira ocorrência da menstruação.
Em pacientes obesas, a redução da mama, antes de nove anos, após o primeiro período menstrual, foi associada a um aumento de 20% na probabilidade de novo crescimento glandular da mama. Em mulheres não obesas, o risco de crescimento da mama era relativamente baixo, desde que a cirurgia fosse realizada pelo menos três anos após o primeiro período menstrual.
A idade ideal
O estudo é o primeiro a desenvolver um método “centrado no paciente” para avaliar a estabilidade do tamanho da mama em adolescentes que buscam a redução da mama. Três anos após o primeiro período menstrual é comumente considerado o fim da puberdade. O estudo sugere que este é o momento mais apropriado para a cirurgia de redução de mamas em adolescentes com peso normal. Em contraste, para adolescentes obesas, o tamanho das mamas não parece se estabilizar até nove anos após a menarca.
Os resultados sugerem algumas considerações especiais para a redução da mama em adolescentes obesas. Embora o tamanho das mamas de pacientes obesas possa demorar mais para se estabilizar do que seus pares saudáveis, elas podem precisar fazer a cirurgia mais cedo devido à puberdade precoce e à maior hipertrofia mamária. Os pesquisadores acrescentam que é plausível que o aumento da gordura corporal possa ter efeitos hormonais que não só resultem no início da puberdade, mas também levam ao desenvolvimento prolongado das mamas. As decisões sobre quando realizar a mamoplastia redutora não devem ser baseadas em limites de idade arbitrários.
“A prontidão cirúrgica é uma decisão complexa que deve ser feita pelo cirurgião individualmente, levando em conta a maturidade biológica e psicológica do paciente, o grau de obesidade, o potencial de benefícios no pós-operatório e a tolerância ao risco de crescimento mamário pós-operatório”, afirma o cirurgião plástico, Felipe Franco Jorge.
A redução de mama remove o excesso de gordura, tecido glandular e pele, a fim de atingir um tamanho proporcional ao corpo e aliviar o desconforto associado às mamas muito grandes.⠀ ⠀ O procedimento pode ser realizado ainda na adolescência, desde que o desenvolvimento das mamas esteja completo. Além disso, é necessário que os pais autorizem toda cirurgia realizada antes dos 18 anos.⠀ ⠀ Para saber mais, converse com um cirurgião plástico!