A assimetria facial entre os dois lados do rosto aumenta constantemente com o envelhecimento.
Esta é uma descoberta com implicações importantes para o rejuvenescimento facial e para os procedimentos reconstrutivos, aponta um estudo do Plastic and Reconstructive Surgery®, jornal médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
As técnicas de imagem digital tridimensional mostram um aumento sutil, mas significativo, relacionando o envelhecimento com a assimetria facial, que aumenta com a idade – especialmente nos dois terços inferiores da face, de acordo com a nova pesquisa. A correlação observada entre o aumento da assimetria facial e a idade pode ser útil como um guia em cirurgia plástica.
Aumento da assimetria facial com o envelhecimento
Usando uma técnica chamada fotogrametria 3D, os pesquisadores realizaram varreduras detalhadas da superfície facial em 191 voluntários, com idades entre quatro meses e 88 anos. Os pesquisadores então calcularam a “raiz do desvio quadrático médio” (RMSD) para quantificar o grau de assimetria entre os dois lados de cada face.
Esta abordagem de imagem digital permitiu aos investigadores distinguir níveis muito sutis de assimetria – em uma fração de milímetro. A assimetria facial foi analisada em relação à idade e entre os terços superior, médio e inferior da face. Em todas as faixas etárias, os cálculos RMSD de simetria facial agruparam-se entre 0,4 e 1,3 mm.
A assimetria aumentou com o envelhecimento em todos os terços da face, mas as mudanças foram maiores nos dois terços inferiores – das sobrancelhas ao nariz e do nariz ao queixo – em comparação com o terço superior. Essa descoberta sugere que as características intermediárias e inferiores contribuem mais para a assimetria geral ao longo do tempo.
“Embora algum grau de assimetria seja inerente ao rosto humano, alcançar a simetria facial é um objetivo fundamental da cirurgia plástica. Em termos de precisão e exatidão, a fotogrametria 3D é um grande avanço em relação aos estudos anteriores de assimetria facial usando medidas diretas (antropometria)”, afirma o cirurgião plástico Felipe Franco Jorge.
Os resultados do estudo confirmam a presença de aumentos pequenos, mensuráveis e perceptíveis na assimetria facial com o envelhecimento. Embora o mecanismo subjacente dessas mudanças relacionadas à idade permaneça aberto ao debate, os resultados apoiam “uma abordagem específica do local para o rejuvenescimento facial”, de acordo com os autores. Por exemplo, o uso de lipoenxertia na face associado ao lifting, por exemplo, ou de preenchedores ou volumizadores de tecido mole para substituir as estruturas de suporte profundas pode melhorar a assimetria facial e restaurar as proporções juvenis, especialmente das sobrancelhas até o queixo.